Os distúrbios alimentares pediátricos (DAP) são dificuldades persistentes para comer e engolir que podem afetar o crescimento, a nutrição e até o convívio social e emocional da criança. Comer não é um ato automático: envolve a coordenação de movimentos da boca, sinais do cérebro como fome e saciedade, o funcionamento do sistema digestivo, além de fatores cognitivos, emocionais e sociais.
Esses distúrbios podem ter causas orgânicas, como alterações anatômicas, neurológicas ou sensoriais, ou causas não orgânicas, relacionadas a questões emocionais e comportamentais. Muitas vezes, estão associados a condições do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e Transtorno do Desenvolvimento de Linguagem (TDL).
Segundo o consenso internacional publicado por Goday et al. (2019), o DAP deve ser compreendido de forma ampla, integrando os aspectos médicos, nutricionais, motores, sensoriais, comportamentais e psicossociais da alimentação.